Esta é uma viagem musical feita a partir de cada uma das nove ilhas dos Açores, mas com rotas que foram traçadas a pensar em outras paragens do mundo. Universalizar é crescer a partir das raízes. É precisamente o que faz Filipe Fonseca, músico, cantor, autor de canções, produtor e responsável por arranjos musicais, ligado que está aos Açores por laços familiares. Para o ajudar nesta viagem, convidou o professor Victor Rui Dores, conhecedor do cancioneiro açoriano, que a este trabalho discográfico veio trazer produção executiva, informação e contexto histórico-cultural. É inquestionável a riqueza melódica, harmónica e rítmica da música tradicional dos Açores, obviamente com uma raiz marcadamente portuguesa mas denotando influências africanas, brasileiras, europeias e americanas – circunstância que é inseparável e indissociável do processo histórico dos Açores ao longo de mais de 500 anos de vivência e convivência nestas ilhas.Para cada um dos temas aqui selecionados, este projeto musical teve o engenho e a arte de descobrir novas sonoridades e novos arranjos, experimentar outras potencialidades musicais e encontrar diferentes modos de cantar, modernizando, deste modo, o que é, por essência, ancestral. O resultado aí está. O que aqui ouvimos é um intenso diálogo com os universos musicais acima referidos e, por conseguinte, já não é mais folclore nem música tradicional – é música autêntica e profunda, toada intemporal e universal. Porque estas cantigas, estas vozes e estes acordes atravessam todos os tempos, todos os lugares, todos os oceanos.E deste disco se fez (faz) espectáculo